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Usufruo Da Petulância

Autor

Afonso Machado

Editora

Citoliteratos/Amazon

Tradução

Sinais que a natureza emite ou as coincidências e acasos que determinam o destino de um livro

“ ... “A arte de praticar a simplicidade.

Uma das formas de se exercitar e praticar a simplicidade é não criar expectativas antes dos eventos, não complicar as coisas durante os acontecimentos e não remoer algo que já passou. Em síntese: não viver premeditando com expectativas aumentadas. Solucionar as coisas com objetividade, sem complicar, acrescentar, inventar, evitando transformar uma coisa simples em algo absolutamente complexo e insolúvel. Quem se prende ao passado desperdiça o presente e, por conseguinte, compromete o amanhã. A memória que temos do passado não deve significar apego ao vivido. A antevisão do futuro não deve implicar fantasiar o amanhã. Viver o presente significa não complicar o hoje.”

Não é espantoso que, ao reler esse capítulo sobre Daniel e Mila, escrito há tantos anos, deparei-me entre rascunhos e folhas soltas sobre a minha mesa, com a citação acima que anotei poucas noites atrás, enquanto ouvia Mahler e tomava um gole de uísque? A citação que copiei de um livro taoista que havia retirado ao acaso da estante? Não é espantoso?

Enquanto relia o capítulo lembrei-me dela. Interrompi a leitura. Procurei pela citação sobre a mesa e a li atentamente. E me esforcei para lembrar das tantas conversas que tivemos, Daniel e eu, na época em que frequentava o Mirante, naqueles anos em que eu escrevia o meu primeiro livro. Por dificuldades de toda ordem e por puro acaso, ele nunca foi publicado. Um dos temas do livro era a chegada da vida adulta e os consequentes enfrentamentos do mundo do trabalho e onde as inquietações confessadas por Daniel e, claro, não tinha como ser de outro jeito, somadas às minhas inquietações daquela época, a um só tempo enriqueciam, mas também contaminavam o livro. Talvez tenha sido esse um dos motivos principais, hoje reflito, que me levaram a não persistir com o projeto. Depois de ter colocado o ponto final nele, quase em seguida, não sei se por fuga ou insegurança com o resultado, comecei imediatamente a escrever um novo livro. Mas, o que me causou espanto, foi a coincidência mágica que me levou a anotar, noites atrás, num momento bom, a citação acima, assim como uma espécie de guia para o que vivo nos dias de hoje. E que me remete ao que li neste capítulo de Daniel e Mila, escrito há tantos anos!

São os acasos, eu creio. São os sinais que a natureza emite, que insistem para que, vez ou outra, eu sinta vontade de reler trechos do livro. Se não, por que manteria os originais na gaveta até hoje? Também por isso, com certeza, me pegue durante a leitura de uma passagem ou outra, questionando a decisão tomada há muitos anos atrás: a de jamais publicá-lo.

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Afonso Machado

Editora

Citoliteratos/Amazon

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Idealizado por Afonso Machado - Todos os direitos reservados

Design e mentoria por Victor Luna

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